quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Carta da Madrinha Poliana

Foto: Luis Filipe Cabaco
Meu lindo Joaquim,

Quero te falar da enorme emoção que senti quando te vi pela primeira vez...nosso encontro foi intenso pois eu me tornei a sua primeira madrinha! Isso mesmo, te conheci no seu primeiro batizado, se é que podemos nos batizar mais de uma vez ...Nesse dia você, mamãe e papai me proporcionaram uma expêriencia inédita pois nunca dantes didndinha visitou um lugar de tanta energia boa e de tanta paz....e desde então, muitas transformações ocorreram em mim...tudo isso devido à sua presença, ao seu jeito de ser...um bebê de 5 meses assim tão lindo, delicado e ao mesmo tempo tão forte!!! Vivenciar sua rotina durante os dias que estive com você foi simplesmente maravilhoso!!! E muito rico de aprensizados!!! Pois é, tudo isso pra te dizer que me encantei com você!!!!! E que te amo muito!!!!
Beijos de dindinha Poli!!!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008



Querido Joaquim,

Poucas pessoas percebem, mas o primeiro passo pra se vivenciar o amor é deixar de analisá-lo como quem estuda a planta de uma casa.Ele tem que ser algo que a gente trabalha para ter em si como sensatez, equilíbrio, paciência e sabedoria.E através desse trabalho interno, todo o Universo se movimenta nessa segunda fase que é atrair pessoas tão amorosas quanto quem nos tornamos.
Todo mundo tem o potencial do amor, poucos o vivem em sua dimensão na prática.Todos têm um lado tão bonito, mas se esquecem dele quando ficam irritados, arrasados. Todos querem coisas boas para si, mas nem percebem como vezenquando maltratam os outros.Amor que nasce pronto, embora ainda tenha suas exceções, é amor de mãe e filho.O resto, é conquista. E todo mundo quer amar, mas se embanana tanto que acaba chamando um amontoado de coisas confusas e dolorosas e dependências de amor.E aí, a culpa de toda dor é do amor. Mas que coisa mais cruel, né Joaquim?Parece até que a primeira coisa que o ser humano aprende depois que cresce é perder a inocência e se encher de malícia e desconfiança.O mundo precisa muito do seu amor por ele, Joaquim.Do nosso amor por tudo.Eu também aprendi a malícia, a desconfiança e a descrença. Agora me trabalho pra desaprender. Mas ando meio rabugenta, sabe?Vezenquando me vejo alfinetando alguém...Mas depois eu peço desculpas pras pessoas, pro Universo. Isso não me faz melhor, só me deixa ser aprendiz, eternamente aprendiz.E você que é tão miúdo me ensinando tanto.
Hoje eu estou de TPM: quando todos os meus hormônios se voltam contra mim.
Mas já é sexta-feira!!!!!!!!!!!!!!!!E ontem foi incrível.Teve Ratos di Versos na Lapa e a Tayira e a Paty Herzog (que escreve meus poemas no corpo dela) foram comigo.A foto acima foi tirada pela Maysa. Depois teve samba na ladeira e pelas tantas da madrugada, voltamos pra casa da Tay, elas dançaram no escuro enquanto eu me atirei no tapete.Ainda dormi com uma sessão de massagem profissional da Paty.E o cheirinho de essência de arnica no corpo...Nem preciso dizer que cheguei atrasada no trabalho...
Será que você lembra que dormi na sua casa quarta-feira? E acordei com aquela vista pro mar...Neste final-de-semana ainda te beijo.
Cuida bem da sua mãe, ta? E cumpra todos os acordos que vocês fizeram.O que a vida quer da gente é coragem, já dizia o sábio Guimarães Rosa...
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Sua Tia Marluca

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A segunda carta.... a sexta-feira me namora

Foto: Rodrigo Bela Vista


Querido Joaquim,

Hoje seria um dia como outro qualquer se não fosse sexta-feira.
As sextas são dias tão bons porque temos um final-de-semana inteiro pela frente virgenzinho pra encher com as alegrias que mais nos seduzem.Sempre chego em casa tão cansada, mas só de pensar que não tenho hora pra acordar no sábado, fico leve, lúdica e sossegada.E aos sábados, sempre acordo cedo porque o bom dessa vida é aproveitar o dia inteirinho, bem acordada que é pra não perder nenhum detalhe.
Tenho recebido notícias suas e sei que você está cada vez mais forte, mais bonito e que não é lá muito fã das sopas da sua mãe, pelo menos da primeira sopa que ela fez. Eu ainda não soube o desfecho da história, mas acho que ela vai acertar no tempero.
No mais, nada demais me aconteceu por esses dias que seja tão engraçado pra fazer você rir.Eu trabalhei muito, mas todos os dias foram de um azul tão lindo, de um sol aconchegante e de pessoas que estavam de férias abrindo e fechando a praia no fim do dia.Joaquim, você mora na cidade mais bonita do mundo!
Te beijo com tanto amor, agora vou cuidar de imaginar como preencherei meu sábado com toda poesia que a vida pode derramar.

Sua tia Marluca!

sábado, 26 de julho de 2008

A primeira Carta

Foto: Maria Salvador

Querido Joaquim,

Essa é a primeira da série de cartas que escreverei pra você.Quero te contar do mundo, com esse meu jeito meio torto de ver as coisas. Talvez você se divirta, talvez nem se importe, talvez me mostre um outro ângulo.Enfim, esse é só mais um lugar. Meu e seu.

Como nunca sei o que dizer nos inícios, falo do tempo. Hoje é inverno e fez frio, apesar de um sol lindo.Você deve ter passado o dia todo agasalhadinho e sonolento. Eu também.Nessas horas eu só consigo pensar como é bom ter aconchego nessa vida, né Joaquim? Aconchego que vai desde a melhor posição pra dormir à refeição que deixa nosso estômago quentinho de tranqüilidade.Então eu fiquei indecisa sobre como aproveitar meu dia, acabei ficando aqui, entre lidas e fomes estranhas e sonos intensos. Dormi muito, comi pouco e agora espero alguma coisa acontecer, um telefonema qualquer pra descer e comer algo do tamanho da minha fome. Quisera eu ser alimentada por leite materno, amor e sopinhas.Mas quando a gente fica grande, a gente se perde na imensidão do tamanho.E fica complicando as coisas.Bom mesmo, Joaquim, nem é ser pequeno, é ser o que somos. E ter alguém pra nos amar. Isso você tem de sobra.E agora, no meio desse teu bocejo, tua mãe babando de corujice, porque você é tão bonito.

Hoje é o último sábado de julho, Joaquim. E os dias têm passado muito rápido. Você era tão neném quando te visitei, agora está um rapaz pleno com seus 5 meses de idade. Todas as tias mais corujas já passaram pela sua casa pra ter o prazer de te dar ao menos um banho.E agora ficam disputando um espaço maior na hierarquia do teu coração. Eu, que sou sua tia relapsa, fico do lado de cá, cuidando de você só com o calorzinho do meu coração, que é o que eu tenho de maior, você sabe. Mas sou tão desajeitada vezenquando...
Joaquim, não quero me revelar tanto assim na primeira carta. Já é tarde e você está dormindo. Amanhã eu te conto que calor tinha o vento dessa madrugada...Ou qualquer coisa proibida para os menores de 18 meses de idade.

Com todo amor da sua tia Marluca.

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Marla de Queiroz